MINUTO DO CAFÉ: futuros do café arábica disparam na ICE e preocupações com chuvas de granizo retornam

Nesta semana a região Centro-Sul do país volta a receber alertas de granizo, que acompanham uma frente fria associada a uma massa de ar úmido.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 22/11/2022 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

A semana começou positiva para os futuros do café arábica. Na Bolsa de Nova York (ICE), o contrato março (KCH3) encerrou a sessão de segunda-feira (21) valorizando +6,01%! O movimento não parou por ali e nesta terça-feira (22) seguiu com alta de +3,05%, cotado a 165,30 cents/lp.

No mercado físico do Brasil, observamos altas nas principais praças de comercialização. Em Franca/SP a saca teve alta de +2%, sendo negociada a R$990,00. Os indicadores da Esalq para o café arábica e robusta também tiveram valorização diária, sendo essas de +1,8% e 1,16%, sucessivamente.

Na segunda-feira (21), ocorreu a atualização dos dados da Balança Comercial do Mês, com dados preliminares até a 3° semana de novembro. Na exportação, o café não torrado somou um volume de 129,240 mil toneladas, acumulando um valor de US$534.363. Segundo os dados da Cecafé, até o dia 21 o total de café exportado foi de 2,225 milhões de sacas, cerca de 7 mil sacas a menos que em igual período do ano anterior. Até esse mesmo dia, os estoques certificados da ICE estavam em 513,189 mil sacas.

Como o Brasil é o maior exportador mundial de café, os acontecimentos no país mantêm a atenção do mercado, e um exemplo disso é a preocupação com o clima. As chuvas de granizo neste ano surpreenderam negativamente os cafeicultores e acarretaram danos nas lavouras ao Sul de Minas Gerais e ao Norte do Espírito Santo. Mesmo com precipitações mais regulares nas principais regiões produtoras, a situação no campo não é a ideal para acreditar em uma supersafra. Em conversa com produtores, ao adentrar mais em seus cafezais, as floradas são desuniformes e preocupam as estimativas para a produção. Para piorar ainda mais, nesta semana a região Centro-Sul do país volta a receber alertas de granizo, que acompanham uma frente fria associada a uma massa de ar úmido.

Ademais, a preocupação com a queda do consumo para esse produto continua. Reafirmo aqui a resiliência dessa commodity e a pequena probabilidade que a demanda de café tenha uma queda expressiva, mesmo com uma recessão econômica. Apesar disso, os preços não devem recuperar seus patamares tão cedo, estando à mercê do tamanho da safra de café brasileiro 2022/23.

Preço do café colombiano no porto de destino em 21/11/22 – OIC: US 214,32 cents/lp

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