Após acompanharmos, nesta segunda-feira (26), a queda generalizada dos ativos de risco ao redor do globo com o retorno do temor de uma recessão na maior economia mundial, os futuros do café surpreenderam ao ir na contramão das demais commodities.
Por ser um produto de “luxo”, essa commodity é, em sua maioria, uma das mais afetadas pelo humor externo. Entretanto, apesar do cenário macro negativo e a forte alta do dólar no dia, de +2,40% ao atingir R$ 5,39, o café arábica fechou a primeira sessão da semana com valorização de +0,92% para o contrato dezembro em NY (KCZ22). Historicamente, os preços do café são contrários aos movimentos do dólar, porém, agora observamos os dois andando lado-a-lado.
O movimento contrário está ligado aos fortes fundamentos que envolvem a oferta desse grão, a qual está passando por um momento de incertezas. Ontem (26), a ICE Futures US anunciou uma nova redução nos estoques certificados, os quais, no momento contam com um volume de 472.006 toneladas, uma variação negativa de -11.619 sacas em um dia. Com a quebra de safra na Colômbia, segundo maior produtor mundial de arábica, e a redução da produção no Brasil, maior produtor mundial, os fundamentos são fortalecidos.
No mercado físico brasileiro, os preços seguem estáveis e, nesse início da semana acompanhamos o aumento da movimentação interna, impulsionados pela alta do dólar e das cotações na ICE. Com o dia bem movimentado para as principais praças, com negociações pontuais, no Sul de Minas a bebida dura estava sendo negociada a R$ 1.320,00 a saca. Em Vitória/ES, essa mesma saca estava valendo R$ 1.280,00 e no Norte do Paraná R$ 1.300,00.
Diante do cenário apresentado, o contrato dezembro de arábica em NY (KXZ22) fecha a sessão de hoje (27) positiva em +0,68%, cotado a 224,05 cents/lp. Vale lembrar que esse ativo é caracterizado pela forte volatilidade, e as incertezas na macroeconomia mundial seguirão pressionando os preços.
