Após a quarta-feira sangrenta do último dia 20, estamos acompanhando os futuros do café arábica simplesmente despencarem na Bolsa de Nova York, chegando a ser negociado a 148,80 cents/lp para o contrato dezembro (KCZ3) na sessão dessa segunda-feira (25).
O tombo nas cotações veio após a liberação do 3° Levantamento de Safra 2023 da CONAB no Brasil, a qual estimou uma alta significativa na produção nacional do café, indo na contramão do novo temor climático.
No total, a produção de café brasileira foi estimada em 54,360 milhões de sacas de 60 kg, um acréscimo de 6,75% no volume ante a produção de 2022. Para o café arábica, a produção foi estimada em 38,16 milhões de toneladas, uma alta ainda mais significativa, representando um acréscimo de 16,6% ante ao volume produzido no ano anterior.
Mesmo após atingir uma variação semanal de -11,46%, nesta terça-feira (26) as cotações voltaram a subir, encerrando a sessão do dia cotado a 150,85 cents/lp em Nova York.
O suporte vem do clima no Brasil, onde novas previsões meteorológicas apontam clima quente e seco para essa semana. Na semana passada as chuvas já vieram abaixo da média, com a região produtora de Minas Gerais recebendo apenas 0,9 mm de chuva.
A preocupação do clima quente e seco é voltada para a safra de 2024, onde o mercado estava apostando em uma forte recuperação produtiva. Entretanto, com temperaturas acima de 30° em várias regiões, cafeicultores relatam que já estão ocorrendo floradas desuniformes no campo, as quais podem ser afetadas pelo excesso de calor, com um reflexo direto na próxima safra.
Ainda no Brasil, a Balança Comercial foi atualizada pela Secex, onde até a 4° semana de setembro foram exportadas 146,284 mil toneladas de café não torrado, representando 86,7% do volume total exportado nesse mês em 2022. Vale lembrar que restam ainda 5 dias úteis para encerrar o mês.