Após duas sessões positivas, os futuros do café arábica na ICE voltam a operar no vermelho em Nova York. O contrato março encerrou a sessão de terça-feira (17) caindo -0,30%, cotado a 151,25 cents/lp, movimento pressionado pelas chuvas abundantes no Brasil, maior produtor mundial de café, o que apoia a ideia do mercado quanto a uma oferta abundante. Porém a queda foi pontual e na manhã de quarta-feira (18), as cotações voltam a valorizar +1,84%, indo para 153,88 cents/lp.
O novo suporte aos preços veio da divulgação da inflação ao consumidor nos EUA na última quinta-feira (12), que foi abaixo do esperado pelo mercado. Segundo o Departamento do Trabalho, a inflação no país norte-americano caiu 0,1% no mês de dezembro, acumulando assim uma alta anual no CPI de 6,5%.
Tal notícia trouxe alívio para os ativos de risco ao redor do globo, em especial o café, pois aumenta a possibilidade de que o Fed reduza o ritmo de aumento de juros naquele país, que é o maior consumidor mundial da bebida, responsável pelo consumo de 26,968 milhões de sacas de 60kg em 2022.
Ainda nos Estados Unidos, os dados atualizados da ICE Futures até o dia 17 indicam que os estoques certificados estavam em 850,354 mil sacas.
No Brasil, a liquidez ainda é baixa no mercado doméstico, principalmente após a saca desvalorizar tanto ao longo da semana. Em Guaxupé/MG a saca caiu para R$940,00, uma desvalorização de -1,1% na semana. Em Maringá/PR o recuo nos preços foi de -1,8% e em Franca/SP a desvalorização foi ainda mais significativa, de -7,6%!
Ainda nesta semana, tivemos a atualização da Balança Comercial preliminar do mês com os dados da Secex, publicados pelo Ministério da Economia. Até a 2° semana de janeiro foram exportados 83,724 mil toneladas de café não torado, o que equivale a apenas 47% de todo o volume exportado em janeiro de 2022.
Dentro dessa realidade, o Cecafé estima que as exportações brasileiras tenham redução de 2 milhões de sacas na temporada 2022/23 (julho-junho), causada principalmente pelo aumento do uso interno de café tipo robusta nas indústrias.