Os futuros da oleaginosa iniciam a semana com altas tímidas na bolsa de Chicago. O contrato novembro (ZSX22) acumulou uma valorização de +0,51% na sessão de segunda-feira (10), movimento esse, que continua nesta terça-feira (11). A direção dos preços foi influenciada pela alta do trigo, que continua afetado pela guerra na Ucrânia, levando assim os preços da soja e do milho na carona. Além disso, nesta quarta-feira (12) será liberado o relatório atualizado do USDA. As apostas são de que ele irá elevar as estimativas de produção para a safra 2022/23 assim como os estoques finais dos EUA, o esperado para este último é um volume de 99,6 milhões de toneladas.
Com a volta da China de seu feriado Golden Week, acompanhamos os futuros do farelo de soja subirem na CBOT em mais de +1,5%! Com o consumo de carne suína retomando seus patamares naquele país, os estoques de farelo estão esvaziando mais rápido do que o esperado, de modo que, logo as fábricas de ração terão a necessidade de reabastecer. Nos EUA, os problemas logísticos frente ao baixo nível do Rio Mississippi estão encarecendo a oferta da soja americana no Golfo, caso esse cenário continue, é esperado que a China busque por novas alternativas.
Hoje (11) pela tarde, o USDA irá atualizar o progresso de colheita e condições das lavouras norte-americanas. Na primeira semana de outubro foram inspecionadas 969,212 mil toneladas de soja para exportação nos EUA, -44,4% abaixo do volume no mesmo período do ano anterior.
No Brasil, os preços no mercado interno conseguiram se recuperar nas principais praças de negociação. Entretanto, a comercialização segue lenta com os vendedores esperando preços mais altos. Em Paranaguá/PR a saca era vendida a R$189,00, em Sorriso/MT a R$165,00 e em Dourados/MS a R$179,50. Com relação as vendas antecipadas da safra 2022/23, o fluxo está abaixo do ano passado, alcançando até o momento, apenas 17,4%, reforçando o cenário comentado acima. O plantio da nova safra já atingiu 10% do total, acompanhando o ritmo do ano anterior. É estimado uma área recorde de cultivo de soja, chegando a 41,8 milhões de hectares.
De olho na exportação brasileira, os dados da Secex informam que no mês de setembro houve uma redução de -27,8% frente ao mês de agosto, um volume de apenas 4,29 milhões de toneladas de soja, abaixo também do mesmo mês do ano anterior, impacto causado em parte pela menor demanda da China pela oleaginosa do Brasil.
O clima segue no radar, tornando-se uma preocupação para diversas regiões ao redor do globo. Na Argentina uma forte seca, ausência de chuvas para os afluentes dos EUA e chuvas mal distribuídas para o Brasil. Aparentemente o La Niña está fazendo o seu trabalho.
