
Cotação do Trigo
Apesar dos órgãos oficiais do Brasil estimarem crescimento na safra de trigo 2022, o país ainda importa praticamente a metade do trigo consumido, o que deve manter os preços sendo balizados pela paridade de importação.
A cotação do trigo segue se mantendo elevada no Brasil mediante a oferta restrita que ocorre sempre neste período de entressafra. Com isso, desde maio o país registra uma ampla entrada de trigo importado pelos portos brasileiros, vindos especialmente da Argentina, para que a demanda pelo cereal possa ser suprida.
Embora os preços tenham sinalizado expressivo recuo na Bolsa de Chicago nos últimos dias, principalmente nesta terça-feira (21), onde as perdas chegaram a 5%, os índices futuros do trigo ainda seguem elevados, o que mantém a paridade de importação em alta no Brasil.
Isso ocorre porque a guerra entre Rússia e Ucrânia acabou agravando fortemente a oferta do cereal que já vinha em declínio desde o início da pandemia da Covid-19, com alguns países enfrentando intempéries climáticas que reduziram a produção do cereal, resultando no menor estoque global.
Esse cenário persiste neste ano, embora menos acentuado que as preocupações iniciais que o mercado apresentou, especialmente diante da safra de trigo de inverno norte-americana, que teve uma queda drástica em suas qualificações no período crítico de desenvolvimento da cultura.
Neste sentido, o que os analistas de mercado preveem é que os preços do trigo devem se manter elevados este ano no Brasil, pois como seguimos a paridade de importação e o ano é de dólar em alta, mediante ao cenário político e incertezas econômicas do país, não há perspectivas de queda num curto período. Não ao menos até a chegada da colheita da nova safra, que deve ter início a partir de setembro.
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